Viagem minimalista: 8 coisas que eu não compro mais quando viajo
Tem quem ache que fazer uma viagem minimalista é apenas viajar de mochila ou que passe por dilemas de como arrumar bolsa de viagem. Não, uma viagem minimalista é muito mais que viajar com pouco ou sobre que bolsa levar para a viagem.
Aliás, verdade seja dita: muita gente tenta viajar com pouco mais porque quer evitar custos com despacho de bagagem do que realmente porque quer adotar um estilo de vida (e de viagem) que se preocupe mais com consumismo e com os impactos dessa atual produção insana de bens desnecessários.
Pra mim, uma viagem minimalista passa, acima de tudo, por comprar menos durante as viagens. Sim, o minimalismo pode ser exercido também fora do aconchego do nosso lar.
Por isso, fiz um listinha de 8 coisas que não compro mais em viagens. Quem sabe não inspiro vocês a fazerem o mesmo? Em seguida, conto aqui neste post algumas razões da minha escolha por uma viagem minimalista. E não, não tem a ver com o preço de despachar uma mala.
Coisas que não compro mais em viagens (viagem minimalista):
1 – Lembrancinhas para toda a família
Tenho certeza que minha mãe, irmãos e demais familiares e amigos podem viver sem mais um ímã na geladeira. Ou sem mais uma caneca, uma caneta, um chaveirinho…
Não vejo razão para comprar mais um item de pouca ou nenhuma utilidade, feito de plástico ou de qualquer outro material cuja produção passou pelo consumo de água e outros recursos naturais, geração de resíduos e emissão de gás carbônico.
Acredito que se eu tirar uma foto de algo ou algum lugar que me lembre de alguém querido e mandar para a pessoa durante a viagem com uma mensagem, ela vai saber que eu lembrei dela e gosto dela. Afinal, não é essa a justificativa que damos ao comprar badulaques na viagem?
No entanto, isso não significa que eu não compro absolutamente nenhum presente em viagem. Sempre trago um vinho, chocolates ou uma camiseta bacana para quem me ajudou ao longo da viagem, como amigos ou parentes que ficam com o meu cachorro durante as minhas férias.
2 – Maquiagem
Não compro mais maquiagem em viagem porque temos produtos nacionais de excelente qualidade e com melhores preços. E, como não tenho o hábito de usar maquiagem no dia a dia, apenas em momentos especiais (seja a trabalho ou a lazer), esse não é o tipo de produto que faz muita diferença na minha vida.
3 – Sapatos
Me arrependi de ter comprado praticamente todos os sapatos adquiridos em viagens. Inclusive tênis. Percebi que eu os comprei apenas porque estavam muito baratos. Eu não precisava realmente deles.
No impulso de “está de graça” comprei calçados que se revelaram desconfortáveis. E que eu acabei revendendo depois, por pelo menos a metade do preço.
A exceção foi um chinelo que comprei numa praia na Indonésia, depois de ter perdido o meu. Até tentei ficar sem chinelo na praia uns dias. Não deu. Mas tenho – e uso – ele até hoje.
Prefiro comprar sapatos na cidade onde eu moro, para escolher com calma e sem a pressão de “não sei quando eu vou voltar pra cá, não posso deixar passar essa oportunidade”. Gosto de ir a várias lojas em busca do sapato que estou procurando, comparar produtos semelhantes, comparar preços. E vamos combinar que a gente quase nunca faz isso quando viaja, não é mesmo?
Além disso, há lojas no Brasil que aceitam trocar o sapato se o cliente, após levá-lo pra casa, perceber no primeiro uso que o calçado é desconfortável. Mais conveniente, impossível. Por tudo isso, não compro mais calçados em viagens
4 – Roupas “só porque estão baratas” e/ou sem um significado especial
Comprar roupas só porque estão baratas não faz mais sentido pra mim. Afinal, já foi o tempo em que eu passava horas ou dias de viagem em outlets e lojas de departamento ou fast fashion vasculhando promoções. Várias das peças adquiridas geraram arrependimento depois, porque eu não precisava MUITO delas. Ou porque elas não tinham nenhum significado além de simplesmente serem super baratas.
Entretanto, isso não significa que pra mim uma viagem minimalista é sinônimo de não comprar nenhuma roupa quando estou fora.
Na minha última viagem, à Tailândia, por exemplo, comprei 1 saia com estampa típica do país. Sim, resisti aos preços baixíssimos de roupas por lá.
Em Singapura, comprei 1 casaco, depois de ter passado 2 anos avaliando se eu realmente precisava. Eu tinha visto esse modelo de casaco 2 anos antes, na mesma marca, mas nos Estados Unidos, e resisti à compra inicialmente porque não sabia se seria realmente útil para mim. Depois de todo esse tempo, acabei comprando, mas em Singapura. É hoje o casaco que sempre levo nas viagens, quentinho, impermeável, corta-vento, versátil e compacto.
Na Indonésia, comprei 1 vestido e cangas para substituir as minhas, que já estavam rasgando de tanto que as uso.
Em resumo, não compro mais roupas só porque estão “uma pechincha”.
5 – Qualquer coisa em lojas envolvidas em trabalho escravo
Não compro mais nada de nenhuma marca com condenações ou que estão sendo investigadas por uso de trabalho análogo ao escravo na sua cadeia de produção.
“Ah, mas o trabalho escravo ocorreu na loja do Brasil, e não nas unidades de outros países”. Eu acredito que uma marca tem que zelar pela lisura do seu processo produtivo. E que se houve trabalho escravo em um país é porque os executivos da marca não dão a devida importância a fiscalizar as empresas que subcontratam. Essa “mentalidade” vem de cima. A holding tem que dizer as regras que devem ser seguidas e tem que estar ciente do que acontece com suas subsidiárias.
6 – Bijuterias
Mas nem itens tão pequenos e baratos como bijuterias cabem numa viagem minimalista? Eu tenho muitas bijuterias. E quando enjoo das minhas, troco algumas peças com a minha mãe por alguns meses. Com isso, nós duas renovamos o visual com zero custo… e também com zero culpa de estar colaborando com trabalho escravo. Mas como assim?
Decidi que não compro mais bijuterias em viagens depois de ter adquirido brincos e pulseiras por R$ 10 na feirinha de Teresópolis. Fiquei achando que se aquilo veio da China e foi vendido por aquele preço pra mim (dando ainda lucro pro feirante), é muito provável que tenha sido produzido por um funcionário explorado desumanamente até a última gota de suor e exaustão, com salários ridículos.
Em resumo: não compro mais bijuterias porque fiquei me sentindo culpada pelas péssimas condições de trabalho e baixos salários na China.
7 – Cartões-postais
Virou moda entre alguns influenciadores de viagem comprar cartões-postais no exterior para mandar para seus seguidores como “prêmio”. Eu não curto a ideia de comprar um papel e fazer os Correios de pelo menos 2 países emitirem uma quantidade enorme de gás carbônico para transportar esse papel até o Brasil só para o “seguidor premiado” receber um postal que ele vai olhar e esquecer numa gaveta (ou jogar no lixo).
8 – Bolsas
Não compro mais bolsas em viagens porque eu descobri que sou viciada nas mesmas bolsas básicas e neutras de couro há anos. Já comprei coloridas (inclusive em viagens) e não usava quase nunca. As que eu mais uso são essas da foto, de legítimo couro argentino, compradas na Argentina, e que tenho há 10 anos.
A busca da viagem minimalista: por que não compro mais
Quanto mais “coisas” desnecessárias compramos, mais nós estimulamos e compactuamos com a produção desenfreada de “bens” inúteis ou supérfluos. Qualquer coisa que se produza acaba gerando emissão de gás carbônico na atmosfera, o que leva à gradual destruição da nossa camada de ozônio, aquecimento global, elevação de temperatura no planeta, maior ocorrência de desastres naturais e redução da biodiversidade. Até o consumo de energia, por mais limpa que ela seja produzida, gera emissão de CO2.
Isso sem contar no consumo de água, que faz parte do processo industrial de vários bens. E no estímulo a práticas abusivas contra trabalhadores.
Vocês já pararam pra pensar por que as lojas “fast fashion” conseguem vender uma blusinha por R$ 10? Quem paga a “conta” são os trabalhadores da indústria têxtil que passam 12h ou mais por dia em condições precárias, trabalhando em prédios sem nenhuma segurança em cidades de países pobres como a Índia, o Paquistão e…o Brasil. Não vamos esquecer que por aqui temos inúmeras denúncias de trabalho escravo em pequenas oficinas de costura da capital paulista.
Em conclusão: uma viagem minimalista é muito mais que conseguir viajar por 1 mês com uma mochilinha de 10kg de bagagem. E mesmo que você não queira adotar o minimalismo integralmente, já é um grande passo se conseguir repensar as suas compras em viagem.
Quer saber mais sobre como começar o minimalismo?
Para quem se pergunta como começar o minimalismo, deixo algumas dicas. Em primeiro lugar, não posso deixar de recomendar que você veja o documentário “Minimalismo” na Netflix. Ele tem depoimentos excelentes de pesquisadores sobre por que a gente consome tanto, e por que a gente acha que precisa “comprar uma coisinha no shopping” para ser feliz. Os personagens principais do filme têm um livro, que estou doida pra ler.
Já para quem quer saber mais sobre os danos que a produção desenfreada de “coisas” causam, recomendo o livro “A História das Coisas”, da Annie Leonard.
Viagem Minimalista – Conclusão
Para concluir, não sei se já sou 100% adepta ao minimalismo, mas busca cada vez mais a ideia de uma viagem minimalista. E vocês?
Prefere ver as dicas desse post em vídeo? Assista abaixo!
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Achei muito pertinente suas considerações sobre compras em viagens, sem pretensão de ser minimalista ensinei a minha tia que era consumista