Roteiro a pé no centro histórico de Recife (Recife Antigo)

Embaixada dos Bonecos Gigantes. Foto: Marcelle Ribeiro.

O centro histórico de Recife, conhecido como Recife Antigo, vale um dia inteirinho de visita. Não se limite a fazer aqueles city tours rapidões, que passam voando por lá e ainda incluem uma visita a Olinda e a shoppings. A região é cheia de atrações históricas e culturais, todas próximas umas das outras e tudo pode ser percorrido a pé.

Por isso, preparei uma listinha das atrações imperdíveis, com minhas impressões sobre os pontos turísticos do centro histórico de Recife e detalhes do meu roteiro a pé. Viajei sozinha e m senti segura. Do museu em que você vai ficar sabendo mais sobre a vida de Luiz Gonzaga até uma oficina de frevo, passando pelo famoso Marco Zero, você vai se divertir muito no Recife Antigo!

Mapa do centro histórico de Recife (Recife Antigo)

Abaixo, segue o mapa do Recife Antigo com os pontos turísticos citados aqui no blog.

Quando visitar o centro histórico de Recife

O melhor dia da semana para visitá-la é aos domingos, quando o centro tem boa parte de duas ruas fechadas ao trânsito de carros. Nesse dia, os moradores “se apropriam” da área e muitas famílias vão para lá andar de bicicleta. Tem até stands de aluguel de bikes, uma delícia! Além disso, aos domingos rolam ensaios de bloco de Maracatu pelas vielas, abertos ao público, no meio da rua e nas calçadas do centro histórico de Recife! Foi justamente em um domingo que estive no centro de Recife e queria aproveitar ao máximo. Por isso, cheguei por volta das 9h.

Centro histórico de Recife – Atrações e roteiro de 1 dia

Igreja de Madre de Deus

A igreja de Madre de Deus está bem conservada e tem um altar cheio de rococós e detalhes dourados, do jeito que eu gosto! A visita é grátis e dura uns 15 minutinhos. A igreja, do século XVII, fica na Rua Madre de Deus, s/n, e fica aberta de terça a sábado das 8h às 12h e das 14h às 17h, e aos domingos, das 8h às 17h.

Igreja Madre de Deus. Foto: Marcelle Ribeiro.

Marco Zero

Da igreja, você pode ir a pé para o Marco Zero, um dos principais pontos turísticos de Recife.

O Marco Zero é uma grande praça, com um chão bonitão e o letreiro de Recife, além de vários prédios históricos lindos em volta. Então, não pode ficar de fora quando você decidir o que visitar no centro da cidade de Recife.

Foi ali que a cidade foi fundada. Desse ponto inicial que são calculadas todas as distâncias rodoviárias.

Praça do Marco Zero. Foto: Marcelle Ribeiro.

Praça do Marco Zero. Foto: Marcelle Ribeiro.

Praça do Marco Zero. Foto: Marcelle Ribeiro.

Parque de Esculturas de Francisco Brennand

Na praça do Marco Zero, peguei um barquinho para a Parque de Esculturas de Francisco Brennand (não confundir com a Oficina de Cerâmica Francisco Brennand, que tem obras do mesmo artista, mas é diferente).

No parque há umas 10 obras de Francisco Brennand, incluindo uma torre, então a visita a ele é rapidinha. É legal ver o Marco Zero de lá. Esses barquinhos saem a toda hora, das 7h às 15h e custam R$ 5 (ida + volta).

Parque das Esculturas Francisco Brennand. Foto: Marcelle Ribeiro.

Centro de Artesanato de Pernambuco

Peguei o barquinho de volta e dei uma paradinha para ver o Centro de Artesanato de Pernambuco, que fica num pavilhão na Praça do Marco Zero. São mais de 25 mil peças à venda, produzidas por mais de mil artesãos. Cerâmica, madeira, vidro e outras matérias-primas são utilizadas pelos artistas da região que expõem neste ponto turístico. É tudo bem bonito.

Ah, as visitas ao local podem ser realizadas de segunda a sábado, das 9h às 19h, e aos domingos, das 10h às 16h.

Centro Cultural da Caixa

Depois, aproveitei que o Centro Cultural da Caixa estava com uma exposição temporária ótima de fotografia e fui conferir. Espetáculos de teatro, mostras de cinema e diferentes exposições rolam nesse ponto turístico do centro histórico de Recife. Por isso, recomendo que você fique de olho na programação para saber o que vai rolar lá durante sua viagem.

Funciona de terça a sábado, das 10h às 17h, e aos domingos, das 10h às 16h.

Embaixada dos Bonecos Gigantes

Na sequência, dei uma passada rápida na Embaixada dos Bonecos Gigantes (Rua do Bom Jesus, 183), que tem bonecos usados no carnaval de Recife e Olinda, retratando personagens famosos, como políticos e artistas. O lugar é interessante, tem uns 50 bonecos. Porém, pode ser visitado em uns 15 minutinhos, mais ou menos. A entrada custa R$ 15 e pode ser considerado pega-turista para alguns, mas eu achei curioso. Funciona de segunda a sábado, das 8h às 17h, e aos domingos, das 8h às 16h.

Embaixada dos Bonecos Gigantes. Foto: Marcelle Ribeiro.

Rua Bom Jesus: feira e casas lindas no centro histórico de Recife

A rua onde fica a Embaixada dos Bonecos Gigantes, chamada Rua Bom Jesus, além de ligar várias atrações do centro velho de Recife, é lindinha, com casinhas coloridas e uma feirinha de artesanato ótima (montada no meio da tarde).

Aliás, essa minha opinião sobre a fofura da rua não é única. A Bom Jesus foi eleita a terceira rua mais bonita do mundo! Isso mesmo, gente. Esse pedaço do Recife Antigo só perde para a Setenil de Las Bodegas, na Espanha, e da Washington Street, em Nova York (EUA), segundo a revista americana Architectural Digest. Legal, né? Aliás, é a única representante brasileira na lista de 31 ruas mais bonitas do mundo.

Voltando ao passeio, saiba que a feirinha rola aos domingos (eu disse que é o melhor dia para o passeio pelo centro histórico de Recife, né?), das 14h às 20h.

 

Casas coloridas na Rua Bom Jesus. Foto: Marcelle Ribeiro.

Pavilhão do cais do Recife Antigo

Já eram 13h quando fui almoçar no restaurante Seu Boteco, no pavilhão do cais do Recife Antigo, bem em frente à Praça do Marco Zero. O lugar tem um clima ótimo, agradável e despojado. Porém, eu não gostei da comida. Então, se eu fosse você, tentaria um dos outros restaurantes do pavilhão do cais. (veja dicas de onde comer em Recife)

Museu Cais do Sertão

Depois de comer no pavilhão, fui a pé para o Museu Cais do Sertão, onde fiquei umas 2h, tempo suficiente para ver tudo com calma e até participar de uma oficina de ritmos nordestinos.

O museu é o mais legal do centro histórico de Recife, e conta a história de Luiz Gonzaga de um jeito super divertido, com áudios, textos e peças antigas dele, como sanfonas, roupas, discos e objetos. Além disso, tem uma parte que fala da vida do sertanejo em geral, com um “cômodo” de uma casa de taipa, e até um curta-metragem excelente.

Ainda por cima, o visitante pode conferir muitos depoimentos de retirantes, contando por que resolveram sair do Nordeste e foram tentar a vida em outros lugares do país.

No segundo andar, dá até para brincar de karaokê, cantando músicas de Gonzagão em cabines individuais. Enfim, como dá para perceber, essa atração é imperdível no centro histórico de Recife. Eu fiquei apaixonada pelo lugar!!

O Museu Cais do Sertão fica na Avenida Alfredo Lisboa, S/N, no Recife Antigo. Fica aberto de quinta a sexta-feira das 10h às 16h; e aos sábados, domingos e feriados das 11h às 17h. A entrada é R$ 10.

Museu Cais do Sertão. Foto: Marcelle Ribeiro.

Museu Cais do Sertão. Foto: Marcelle Ribeiro.

Paço do Frevo

Depois do Museu Cais do Sertão, fiz uma curta caminhada até o museu Paço do Frevo, que achei meio chato. Por isso, confesso que vi tudo relativamente rápido. Na minha opinião, os textos estão colocados de forma pouco convidativa à leitura, com letras pequenas.

Por outro lado, a parte mais legal está no último andar, onde há diversos estandartes de agremiações, além de um painel de fotos. É nesse andar que acontecem oficinas de frevo, de uns 30 minutos aproximadamente. Eu estava por ali e participei de uma delas, foi bem divertido. Quer coisa melhor? Dá para aprender os passos básicos e queimar umas calorias! Hehehee.

Além disso, no primeiro domingo do mês o pessoal do Paço do Frevo convida um bloco de frevo para tocar em frente ao museu e a praça vira uma festa! Eu dei sorte de estar lá justo na hora (por volta das 17h) dessa farra, que é grátis. Adorei! Então, recomendo que você aproveite a oportunidade de se divertir nessa atração ao decidir o que visitar no Recife Antigo.

O Paço do Frevo fica na Praça do Arsenal da Marinha, s/n, no Recife Antigo. Ele funciona de quintas e sextas, das 10h às 16h, e sábados e domingos, das 11h às 17h, com última entrada sempre 30 minutos antes do encerramento. A entrada é R$ 10, mas estudantes e maiores de 60 anos pagam meia.

Estandarte no Paço do Frevo. Foto: Marcelle Ribeiro.

Bloco de freio nas ruas do Recife Antigo. Foto: Marcelle Ribeiro.

Torre Malakoff

Já era final de tarde, mas ainda deu tempo de subir na Torre Malakoff para ver a cidade do alto e conferir a lua em um dos telescópios. Aliás, fique sabendo que o ideal é você passar lá assim que puder e já deixar seu nome reservado para o horário que quiser subir a torre, pois o número de pessoas é limitado por dia. O monumento foi construído no século XIX e tem entrada grátis.

Centro histórico visto da Torre Malakoff. Foto: Marcelle Ribeiro.

A Torre Malakoff fica na Praça do Arsenal da Marinha, s/n, no Recife Antigo. Ela funciona de terça a sexta, das 10h às 17h, aos sábados, das 15h às 18h, e aos domingos, das 15h às 20h.

Praça Arsenal da Marinha vista da Torre Malakoff. Foto: Marcelle Ribeiro.

Paço Alfândega

Ao caminhar pelo Recife Antigo para voltar para o hotel, já no início da noite, me deparei com vários blocos de maracatu ensaiando nas ruas do bairro e não resisti: parei para ouvir e ver. Essa é mais uma prova de que há muito o que fazer com pouco dinheiro em Recife.

Comi numa lanchonete do Paço Alfândega (um shopping meio diferente, que tem um terraço com vista bonita). Por lá, também rolam vários eventos e apresentações culturais.

Só depois do lanche é que peguei um táxi para voltar para Boa Viagem, onde estava hospedada.

Leia também: Dicas de onde ficar e de transporte em Recife

Centro histórico de Recife – Conclusão

Em conclusão, tem muito o que visitar no Recife Antigo, então reserve um dia inteiro no seu roteiro.

Como eu disse, você pode fazer esse tour todo a pé. Eu peguei ônibus apenas para ir de Boa Viagem ao centro histórico de Recife. Para retornar de lá para o hotel, peguei um táxi, pois já era noite e os ônibus demoravam a passar.

Assista ao vídeo para saber mais!

Leia também:

Marcelle Ribeiro: Jornalista, baiana, mas há mais de 20 anos moradora do Rio de Janeiro. Nos seus 40 anos de vida, já viajou sozinha e acompanhada. Casada, tutora do cão mais fofo do mundo e viciada em pesquisar novos destinos.

Veja os comentários. (5)

  • Ótima matéria! Há diversas igrejas douradas no Recife, mais do que a Igreja Madre de Deus inclusive, como a Capela Dourada, a Igreja da Conceição dos Militares, a Concatedral de São Pedro dos Clérigos, a Basílica do Carmo... são muitas! Na próxima visita à cidade, não deixei de vê-las.

    • Oi, Lucas.
      Sim, preciso voltar para conhecer estas igrejas. Eu amooo igreja linda!
      Obrigada pelas dicas!
      abs,
      Marcelle

  • Gratidão, querida, por compartir conosco de forma tão detalhista.
    Melhor blog...sem dúvida! Parabéns!
    Abraços e muitas viagens para nós.

  • Sou natural da cidade e acho que você conseguiu apresentar muito bem!
    Foram análises (vídeo e texto) bem informativas, detalhadas e potentes. Fico feliz por você ter se encantado com a cidade!
    Só achei uma pena que você não tenha gostado tanto do Paço do Frevo, que costuma ser um dos lugares mais queridos do Antigo.

    Discordo da ideia de que o Paço é desorganizado. O acervo é extenso e rico em detalhes. (Imagine só como seria se houvesse um Museu similar sobre o Samba ou o Forró... Muito provavelmente seria extenso tanto na mesma linha, já que tem muito pra falar desses ritmos também).

    Como sempre gostei muito de ler e de História de uma maneira geral, passar horas acompanhando a evolução do ritmo sempre me empolgou kkkk

    Mas pra quem prefere algo mais dinâmico, atualmente está mais interativo, com áudio e vídeo! (Inclusive com vídeo de alguns passos já no andar de baixo) e uma sombrinha pra praticar e tirar fotos!

    Parabéns pelo trabalho! Sucesso na jornada.