Mesquitas, cisterna e compras no primeiro dia de turistagem em Istambul

A Aya Sofya e seus quatro minaretes. Foto: Sabrina Andrade.

Dos três países que visitei nesta viagem, a Turquia definitivamente foi o mais interessante (os outros foram Grécia e Áustria). Já contei neste post aqui um pouco do “clima” de lá, mas agora vou falar das atrações que visitei dia a dia e depois faço um apanhadão sobre “tudo que você queria saber sobre a Turquia” (ou pelo menos tudo que eu sei sobre a Turquia!).

 

Dias 1 e 2 – 20 e 21 de maio

Chegamos em Istambul no dia 20 de maio, no fim da tarde e depois de um voo de mais de 12h (saimos de São Paulo) só tivemos forças para tomar um banho e sair para jantar.

Em 21 de maio é que começou mesmo a turistagem, que neste dia ficou concentrada principalmente no bairro com mais atrações, Sultanahmet. Nessa viagem à Turquia, éramos quatro: eu, meu marido e duas amigas cariocas.

O dia começou com uma das visitas obrigatórias em Istambul: a Aya Sofya (ou Basílica de Santa Sofia). Hoje funcionando como um ponto turístico (ou monumento, sei lá), a Aya Sofya já foi uma igreja e depois foi transformada em uma mesquita. Atualmente, eles se denominam “museu”, mas lá dentro não tem muitas obras de arte, não.

A construção em si é uma obra de arte! Como não funciona mais como mesquita, a turistada pode entrar e admirar à vontade seu interior (sim, porque nas mesquitas em funcionamento, turista só pode entrar fora do horário das orações e mesmo assim, só pode andar por uma parte da mesquita).

Os lustres da Aya Sofia e inscrições na caligrafia antiga turca. Foto: Sabrina Andrade.

Lá dentro da Aya Sofya, você vai ver os lustres lindos, e “medalhões” redondos nas paredes com a caligrafia antiga da Turquia (calma, eles não escrevem mais assim, já usam um alfabeto bem parecido com o nosso). Nestes medalhões estão inscrições falando da grandeza de Alá.

Ah, outra curiosidade: sabia que nos templos muçulmanos não há imagens de Alá ou qualquer outra imagem de figura religiosa? É que eles não cultuam imagens, como os católicos. Mas como a Aya Sofya foi igreja antes de ser mesquita, lá tem uns mosaicos com imagens lindos!

Jesus e santos em mosaico na parede da Aya Sofia. Foto: Sabrina Andrade.

Depois da Aya Sofya, andamos uns 200 metros por um jardim e já chegamos a outro must-see de Istambul, a Mesquita Azul, que tem esse nome porque seu interior é decorado com azulejos azuis oriundos da cidade turca de Iznir (pelos quais eu me apaixonei!).  Essa mesquita funciona de verdade para orações. E, como em qualquer outra mesquita em funcionamento, turistas só podem entrar fora dos horários das orações.

A fachada da Mesquita Azul. Foto: Sabrina Andrade.

Deixa eu aproveitar, então, para abrir um parêntese para explicar sobre o horário das orações. Várias vezes ao dia ecoam dos minaretes (as torres pontiagudas altas, que ficam ao lado das mesquitas) chamados que indicam aos muçulmanos que é hora de rezar (sempre com o corpo voltado para Meca).

Os horários das orações variam de acordo com a época do ano. No site Turkey Travel Planner, que usei bastante para pesquisar sobre a Turquia, tem os horários aproximados dos horários das orações. Ouvi dizer que nas portas das mesquitas há quadrinhos indicando quais são os horários das atrações, mas não vi os tais quadrinhos nas mesquitas que visitei. Os muçulmanos, ao ouvirem os chamados (que são gravados), vão para as mesquitas, lavam os pés e a cabeça e depois entram para rezar. Mas nem todos interrompem suas atividades para ir para as mesquitas (pelo menos não aqueles que trabalham em restaurantes!).

Levamos lenços para cobrir nossas cabeças, pois sabíamos que as mulheres não podem entrar mostrando os cabelos (nem ir com roupas consideradas desrespeitosas). Mas para quem não leva o seu próprio lenço, eles emprestam uns panos na entrada. Fomos de calça, até porque não sabíamos se a mulherada turca usa bermuda. Dias depois, vimos turistas usando bermudas na altura dos joelhos e saias e colocamos as pernocas de fora.

Mas pode ser que te peçam para colocar um pano enrolado na cintura quando você entrar na mesquita, para ficar mais recatada  (aconteceu comigo…). Ah, e no caso de mesquitas cheias de turistas, as gringas às vezes tiram o lenço da cabeça quando já estão lá dentro e os turcos nem percebem.

O tapete marca a área permitida apenas para muçulmanos. Foto: Marcelle Ribeiro.

Outro detalhe do quesito vestuário: tem que tirar os sapatos para entrar nas mesquitas. Turistas não têm que lavar os pés antes de entrar. Na entrada, você receberá uma sacolinha plástica para colocar seu sapato enquanto estiver lá e na saída, coloca o sapato de novo. O chão da mesquita é coberto por tapetes lindos, mas o cheiro de chulé lá dentro beira o insuportável….rsrsrsrsr

Muçulmano lavando os pés na entrada da Mesquita Azul. Foto: Marcelle Ribeiro.

Enfim, devidamente paramentadas com os nossos lenços na cabeça e descalças, fomos admirar a Mesquita Azul.

Saímos da Mesquita Azul, andamos uns 300 metros e chegamos no Hipódromo, que hoje é basicamente uma praça com dois obeliscos. Antigamente rolavam corridas com cavalos na área.

Curtindo o hipódromo de Istambul. Foto: Marcelle Ribeiro.

Do Hipódromo foram apenas uns 600 metros até a Cisterna da Basílica, ou Cisterna Yerebatan. Lá dentro, luzes coloridas refletem em pilastras criando um visual bem bonito.

Detalhe da cisterna de Yerebatan. Foto: Sabrina Andrade.

Almoçamos num dos inúmeros restaurantes perto da Cisterna e depois pegamos um bonde para conferir os produtos do Grand Bazaar, ou Grande Bazar. Sabe que eu achava que ia ser mais zoneado? Achei mais organizado que a Rua 25 de Março, aqui de São Paulo, famosa pelo comércio popular.

O Grande Bazar é um mercadão, coberto, com várias entradas e cheio de lojas por corredores, vendendo lembrancinhas de viagem, echarpes lindas, lustres coloridos, jóias… Mesmo eu, que não sou das mais apaixonadas por compras, gastei umas liras turcas lá! E nos outros dias de andança pela Turquia constatei que tudo que me interessou realmente era mais barato no Grande Bazar. Acho que como a concorrência das lojinhas é acirrada lá, os preços são melhores.

Mas saiba logo: faz parte da cultura turca pechinchar! A grande maioria das lojas não coloca os preços visíveis nas mercadorias. Você tem que perguntar e pechinchar. Eles podem até fazer jogo duro no início, é comum. Como eu sou preguiçosa para pechinchar, acabei comprando em lojas que tinham preços visíveis nos produtos, que já estavam bem bons. A blogueira Adriana, do Dri Everywhere dá ótimas dicas de como pechinchar com os turcos!.

Um dos corredores do Grand Bazaar. Foto: Marcelle Ribeiro.

Para fazer tudo isso que acabei de descrever, ficamos das 9h às 16h passeando (incluindo aí 1h30 dentro do Grande Bazar). No início da noite fomos ver uma apresentação dos dervixes rodopiantes, mas eu conto sobre isso no próximo post, ok?

Confiram as informações para visitar as atrações descritas acima:

Aya Sofya:
Preço: 25 liras turcas
Horário de funcionamento: Abre de terça a domingo. No verão (de 15/04 a 01/10), abre das 9h às 19h (entrada até às 18h). No inverno (01/10 a 15/10), abre das 9h às 17h (entrada até às 16h).
Endereço: Ayasofya Meydani, Sultanahmet, perto da estação de bonde Sultanahmet

Mesquita Azul
Horário de funcionamento: O dia todo, mas turistas não podem entrar nos horários das orações.
Preço: Grátis
Endereço: Sultanahmet Meydani, Sultanahmet, perto da estação de bonde Sultanahmet

Cisterna da Basílica
Horário de funcionamento: Diariamente, das 9h às 17h
Preço: 10 liras turcas (TL)
Endereço: At Meydani, Sultanahmet, perto da estação de bonde Sultanahmet

Grande Bazar
Horário de funcionamento: Abre de segunda a sábado, das 9h às 19h. Fecha às segundas e nos feriados.
Entrada: Grátis
Endereço: Carsikapi Cad, Beyazit. As estações de bonde mais próximas são a Beyazit (para o portão Carsikapi) e a Cemberlitas (para o portão Nuruosmaniye).

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Marcelle Ribeiro: Jornalista, baiana, mas há mais de 20 anos moradora do Rio de Janeiro. Nos seus 40 anos de vida, já viajou sozinha e acompanhada. Casada, tutora do cão mais fofo do mundo e viciada em pesquisar novos destinos.

Veja os comentários. (6)

  • Boa noite!
    Estou indo pra Dubai e tenho uma conexão na Turquia de 22h40. Chego 21h25 em Istambul e saio 20h05..
    Gostaria de saber se vc me indicaria algum lugar para me hospedar que não fosse caro e que fosse fácil de chegar. Estava vendo que os translados estão tipo 20/25 euros por trecho e vc escreveu que pagou 5 euros o que seria ótimo.
    Outra coisa, é fácil encontrar os principais pontos turísticos? estarei por pouco tempo mas gostaria de conhecer algo pra passar o tempo.
    Obrigada.

  • Bárbara,

    Fique na região de Sultahnamet, que é onde estão concentradas as principais atrações de Istambul. Você pode ir de metrô+trem do aeroporto para Sultahnamet (veja como aqui https://www.viciadaemviajar.com/transporte-publico-em-istambul/ ). Esse transfer que eu usei foi oferecido pelo albergue onde fiquei hospedada. Mas li elogios na web para uma outra empresa que faz transfer baratos, chamada Backpackers. />Eu fiquei hospedada num albergue que é mais ou menos, em Sultahnamet, chamado Cheers Hostel - http://www.cheershostel.com/ Veja o que achei dele aqui - https://www.viciadaemviajar.com/turquia-as-dicas-gerais-que-voce-precisa-saber/

    Os pontos turísticos são bem fáceis de achar e dá para ir andando para a maioria deles.

    Abraço,
    Marcelle

  • Uma dúvida, desculpa ficar incomodando..
    mesmo eu chegando tipo 10h da noite,ainda é possível e seguro ir de metrô/bonde?

    Abraço!
    Bárbara

  • Bárbara,
    O metrô e o trem operam das 6h à meia-noite, segundo um turco que tem o melhor site sobre turismo em Istambul (e que me ajudou muito na viagem):

    http://www.turkeytravelplanner.com/go/Istanbul/Transport/IstanbulMetro.html

    O site da empresa de metrô de Istambul é esse (mas só tá em turco): http://www.istanbul-ulasim.com.tr/

    Mas se você pedir para o Google Chrome traduzir a página, vai ver que na home, lá embaixo, tem a opção "Horários" (em turco é Sefer Tarifesi). Tente e veja se dá certo.

    Eu andei de bonde em Sultahnamet até umas 21h, com mais 3 pessoas, e foi tranquilo. As ruas ficam um pouco mais vazias, mas não fiquei com medo.

    Mas pode ser mais prudente contratar um transfer.
    Abs

  • Cara, de vários sites que tenho pesquisado sobre viagem para Turquia, esse é o melhor. Super completo, explicativo. Com informações sobre hospedagem, costumes locais, onde comer...enfim. Você está de parabéns. Pois, se preocupou em nos deixar informados sobre cada detalhe, até horário das orações. E assim, não é todo mundo que tem essa boa vontade, de verdade. Obrigada.