13 Lugares para viajar sozinha no Brasil e o que aprendi com eles

Para onde viajar sozinha no Brasil? Onde é seguro? E pra onde é interessante ir sem companhia mesmo que você não seja solteira ou não seja do tipo que adora se entrosar com estranhos? Eu sou casada e fazer amizades durante as viagens não é minha prioridade (na realidade eu adoro fazer tudo sozinha mesmo, pra fazer do meu jeito). Mas já viajei para mais de 10 lugares no nosso país sozinha, mesmo após me casar. E hoje vou dar dicas de lugares para viajar sozinha no Brasil que valem a pena!

Fui a todos esses lugares sozinha. Só tenho uma pequena objeção em relação a 1 deles (confira no final do post). Todos os demais eu considero que são lugares seguros para viajar sozinha no Brasil. Ah, e como eu não sei dirigir, em todos eles usei transporte público (ou táxi e Uber).

Lugares para viajar sozinha no Brasil: Nordeste

Pipa (RN)

Passei de 3 a 4 dias sozinha em Pipa e consegui conhecer tudo. Como gosto de sair pra jantar, preferi me hospedar no centrinho, bem colado à principal avenida, a Avenida dos Golfinhos. Foi perfeito, porque me senti segura de percorrer o vilarejo de noite.

Foi fácil chegar a Pipa sozinha. Pra ganhar o dia, contratei um passeio de dia inteiro de Natal pra Pipa e levei a mala (avisei antes à agência). Daí depois de curtir as atrações do caminho, fiquei por lá, sem voltar com o restante do grupo.

Como é um destino pequeno, conheci 3 praias de Pipa a pé: a do centrinho, a do Amor e a dos Golfinhos/ do Curral. Para ir às Praias do Madeiro e de Sibaúma eu peguei uma van caindo aos pedaços. Teria sido melhor pagar um táxi, apesar de mais caro.

Num dia fiz um passeio de jipe incrível em grupo que contratei em uma agência de lá. Sem querer, acabei ficando amiga do pessoal do passeio e daí fizemos outras coisas juntos por lá.

Pipa é um dos melhores lugares para viajar sozinha no Brasil na minha opinião. Além de ser seguro, não precisa de carro e não gastei mais pra conhecer tudo por lá. E é fácil se encaixar num passeio em grupo.

Praia dos Golfinhos, em Pipa. Foto: Marcelle Ribeiro.

Barra Grande / Península de Maraú (BA)

Cheguei a Barra Grande sozinha. Par ganhar tempo, paguei um transfer privativo do aeroporto de Ilhéus até o cais de Camamu, onde encontrei meu pai. Passei 2 dias com ele e 1 dia sozinha.

Se tivesse passado todo o tempo sozinha, não teria conseguido fazer um passeio de jardineira e conhecer as praias de Algodões, Saquaíra e Cassange e as lagoas Azul e de Cassange. Como fomos em baixa temporada, foi difícil encontrar com quem completar o veículo. Só conseguimos porque estávamos em 3 nos primeiros dias.

Porém, é fácil se encaixar num passeio de lancha pelas ilhas da região, pois sempre tem gente interessada em ir.

No meu dia sozinha fui a pé tranquilamente para a praia de Ponta do Mutá, uma das melhores de lá. Para as piscinas naturais da famosa praia de Taipú  de Fora também é fácil ir sozinha, pois há “jardineiras” que fazem transfer pra lá com frequência ao longo do dia, no esquema “lotada”.

Hospedar-se em Barra Grande foi fundamental para poder sair pra jantar sem medo e de forma fácil. Prefira se hospedar bem no centrinho de Barra Grande, perto dos restaurantes e da igreja, para não ter que pegar ruazinhas muito vazias ou mal iluminadas.

Peixinhos em Taipu de Fora, Barra Grande. Foto: Marcelle Ribeiro

Jericoacoara (CE)

Para ir de Fortaleza a Jericoacoara sozinha fui de transfer compartilhado em um 4×4. Na volta, contratei um traslado de microônibus que ainda fez parada na Lagoa do Paraíso. Foi muito tranquilo.

Várias ruas de Jeri são meio desertas à noite e em ruas mal iluminadas. Por isso, preferi ficar num hostel bem coladinho nos restaurantes do centrinho. Daí me senti segura pra ir jantar de boa.

Me encaixar em passeios para a Lagoa Azul e do Paraíso e para Tatajuba e Lago Grande foi fácil, assim como ir sozinha à Duna do Pôr do Sol e à praia principal de Jeri.

Para ver o pôr do sol na Pedra Furada me juntei ao povo que sai todo dia na mesma hora do mesmo bate-local em Jeri, de graça, mesmo sem conhecer ninguém (é tipo uma caminhada em grupo espontânea).

Só fiquei receosa de ir caminhando sozinha para a Praia da Malhada, que é bem deserta. Mas conheci um casal que queria ir pra lá e me convidei para ir com eles. Mas tem 1 agência que reúne gente pra caminhada (pago).

Lagoa do Paraíso em Jericoacoara. Foto: Maridão

Recife (PE)

Recife é um dos meus lugares para viajar sozinha no Brasil preferidos. Hospedar-se lá não tem segredo. Fiquei na Praia de Boa Viagem e lá foi fácil comer e pegar ônibus.

Fui de ônibus de linha a quase todos os lugares. Às atrações onde era mais complicado ir de ônibus (muitas baldeações), peguei Uber sem estresse. Curti o centro histórico de Recife por 1 dia inteirinho, e só saí de lá de noite. Seguro e muito divertido! Fui inclusive para Olinda de busão.

Museu Cais do Sertão, no centro de Recife. Foto: Marcelle Ribeiro

Porto de Galinhas (PE)

Ir para Porto de Galinhas sozinha não tem mistério. Eu fui com transfer privativo, mas ir de ônibus é mais barato.

Assim como fiz em outros lugares para viajar sozinha no Brasil que mencionei aqui, optei por ficar no centrinho da vila. Foi excelente, porque passeei de noite sozinha tranquila pelas lojinhas e restaurantes.

Tem muitos passeios em grupo organizados pelas várias agências de lá. Foi assim que conheci a Praia dos Carneiros, a cidade vizinha de Cabo de Santo Agostinho, e fui à Ilha de Santo Aleixo.

Acabei fazendo o tour de buggy por outras praias de Porto de Galinhas de forma privativa, mas acho que as agências também juntam pessoas pra formar grupos.

O que é caro é ir sozinha pra praia de Muro Alto, pois os táxis cobram valores fechados (e extorsivos) até lá. Daí conheci apenas rapidamente durante o passeio de buggy.

Peixes de piscinas naturais de Porto de Galinhas. Foto: Marcelle Ribeiro.

Lugares para viajar sozinha no Brasil: Sudeste

Rio de Janeiro (RJ)

Como moradora do Rio de Janeiro há praticamente 20 anos, eu ando pela cidade sozinha o tempo todo, de transporte público, inclusive à noite. É só ter os cuidados básicos de toda cidade grande e não ficar dando mole com uma super câmera no pescoço nem deixar o celular à vista na rua. Além disso, vale prestar atenção à bolsa e aos bolsos especialmente no metrô e nas ruas de Copacabana, do Centro e da Lapa.

Não recomendo estar no Centro após às 19h, pois o bairro fica deserto após o fim do expediente comercial. E também por lá, é preciso ficar atento nos finais de semana mesmo durante o dia, porque há muito menos gente na rua e o risco de assalto aumenta. Santa Teresa também é um bairro onde evito ir à noite, porque as ruas que já são meio vazias durante o dia, ficam desertas, e favelas que estão sempre em confronto na região.

Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Foto: Marcelle Ribeiro.

São Paulo (SP)

A cidade de São Paulo não podia ficar de fora dessa lista de lugares para viajar sozinha no Brasil. Morei 5 anos lá e sei que é uma cidade bem segura pra passear desacompanhada.

Há diversos bairros pra se hospedar que são seguros e perto de atrações. O que eu não recomendo é ficar no Centro e na região da Luz e da Sé. Os arredores da Catedral da Sé, da Basílica de São Bento, da Rua 25 de Março, Avenida São João, da Pinacoteca, Memorial da Resistência entre outros pontos turísticos ficam bem desertos especialmente no fim de semana. E por ali há muito usuários de crack, que podem se tornar violentos. Quando for turistar por lá, é preciso ter mais atenção.

É seguro andar de ônibus, metrô, trem, táxi e carro de aplicativo sozinha. Eu usava transporte público sozinha mesmo às 22h da noite.

Além disso, as atrações da cidade não dependem de companhia para serem conhecidas.

Memorial da América Latina, em São Paulo. Foto: Maridão.

Lugares para viajar sozinha no Brasil: Sul

Foz do Iguaçu (PR)

Foz do Iguaçu foi o primeiro destino que conheci sozinha no país. Passei 4 dias lá, andando de transporte público pra praticamente todas as atrações, com zero problemas. Além disso, a única vez que peguei um táxi também foi super tranquila. Ou seja, é um dos ótimos lugares para viajar sozinha no Brasil.

Me hospedei no Centro da cidade e recomendo.

Acho que o único passeio em que talvez seja interessante você fazer em grupo é a ida ao Paraguai fazer compras, mas há diversas agências que montam grupos pra isso. Portanto, é fácil se encaixar em um.

Cataratas de Foz do Iguaçu. Foto: Marcelle Ribeiro.

Curitiba (PR)

Um dos destinos para viajar sozinha gastando pouco aqui da lista é Curitiba, por conta do preço dos transportes. Mesmo quando tive que pegar Uber, paguei pouco. Uber é beeem mais barato em Curitiba que no Rio de Janeiro!

Outra coisa que facilita a viagem é o fato de Curitiba ter uma linha de ônibus especial para turistas, com um circuito recheado pela maioria das atrações da cidade. Não é exatamente barato (R$ 50 em 2021), mas você pode usar por 24h e ir a vários lugares neste período.

Eu me hospedei no Centro, apesar de ser mais deserto à noite e aos finais de semana. Fiz isso porque os hotéis por lá eram mais baratos. Porém, confesso que me arrependi e hoje escolheria um bairro mais movimentado.

Museu do Oscar Niemeyer, em Curitiba. Foto: Marcelle Ribeiro.

Cambará do Sul (RS)

De todos os destinos para viajar sozinha no Brasil que listei aqui, acho que Cambará do Sul é o mais complicadinho. Não porque não seja seguro. Pelo contrário. Essa cidadezinha de cânions gigantes e cachoeiras lindas é super segura, como a grande maioria das cidades do interior pequenininhas.

O “porém” é que se você não for em época de férias ou feriados, dificilmente vai conseguir conhecer as atrações de lá sem pagar um rim. É que para chegar aos atrativos ou você vai de carro alugado (o que sempre fica caro pra quem não tem com quem rachar a diária) ou se encaixa num grupo de agência. Só que só tem quórum suficiente pra montar grupos na alta temporada.

Fora de feriado e férias escolares, é muito provável que as agências não consigam montar grupos. E daí você pode acabar tendo que pagar por um passeio privativo, especialmente pra tours que só são feitos de carro 4×4.

Também não consegui encontrar hostel por lá, acabei tendo que pagar sozinha por um quarto duplo.

Cânion Fortaleza em Cambará do Sul. Foto: Marcelle Ribeiro

Bombinhas (SC)

Cidade bem segura, Bombinhas (SC) está entre os bons lugares para viajar sozinha no Brasil desde que você tenha uma certa paciência com transporte público. É que são poucas as linhas de ônibus e eles não têm um horário muito certinho. Por isso, eu por vezes esperava muito por um ônibus por lá. Além disso, como a cidade é montanhosa, muitas vezes não dá pra ir andando de uma praia a outra.

E pra completar, quando eu fui, os táxis por lá circulavam apenas no esquema “preço fixo”, sempre caro pela distância percorrida e pra 1 pessoa sozinha.

Pra chegar à praia da Tainha, você vai precisar de carro, não tem jeito. Para as demais, eu consegui ir de transporte público.

Praia da Tainha, em Bombinhas. Foto: Marcelle Ribeiro

Balneário Camboriú (SC)

Um dos lugares para viajar sozinha no Brasil aqui da lista onde me senti mais segura foi Balneário Camboriú. Eu me hospedei a 1 quadra da orla da praia central e foi ótimo, porque ela é muito movimentada de dia e de noite. Tem gente se exercitando até tarde da noite na orla, ou frequentando os vários bares e restaurantes dali. Uma vibe boa, sabe? Amei.

Além disso, consegui ir para todas as atrações de ônibus, que funcionam super bem por lá. Até pra praias mais distantes. Neste caso, foi só ficar de olho nos horários dos coletivos e não tive problemas. Aliás, mesmo indo a praias mais distantes em dia de semana (quando elas ficam beeeem vazias), me senti segura.

Bondinho e praia em Balneário Camboriú. Foto: Marcelle Ribeiro.

Lugares para viajar sozinha no Brasil: Norte

Belém (PA)

Fiquei meio na dúvida se colocava Belém (PA) aqui na lista de lugares para viajar sozinha no Brasil. É que de imediato eu não achei que era uma cidade insegura. Eu estava há algumas horas caminhando sozinha pela Cidade Velha quando perguntei o caminho pra ir a pé para o Mangal das Garças. Daí dois moradores de lá me disseram que era melhor não ir sozinha a pé, porque não era seguro.

Resultado: tive que pagar por um táxi. E a partir daí, passei a usar táxi pra vários deslocamentos que talvez eu tivesse feito a pé sozinha ou de ônibus.

Me hospedei no bairro Batista Campos, que achei seguro, porém preferi pagar um quarto duplo de hotel, porque achei os hostels da cidade muito caidinhos. Consegui ver todas as atrações que eu queria na cidade e saí de lá apaixonada por Belém, especialmente pela gastronomia e pelo Mangal das Garças.

Mangal das Garças, em Belém do Pará. Foto: Marcelle Ribeiro.

Clique abaixo e veja as dicas em vídeo!

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Marcelle Ribeiro: Jornalista, baiana, mas há mais de 20 anos moradora do Rio de Janeiro. Nos seus 40 anos de vida, já viajou sozinha e acompanhada. Casada, tutora do cão mais fofo do mundo e viciada em pesquisar novos destinos.

Veja os comentários. (5)

  • Marcello mto bacana as dicas! Amooo viajar e Estou procurando um lugar p viajar sozinha, pois meu esposo não conseguirá ir comigo em minhas férias em março... dessa lista nunca fui a Natal e já estava querendo conhecer ... pensei tb no Uruguai...

  • Adorei suas dicas. Nunca viajei sozinha, mas em setembro estarei de férias e meu marido não, quero ir para o nordeste. Vou salvar essa página rs

  • Amei as dicas! Sobre Pipa vc disse que foi no passeio com a agência. Na volta vc retornou de ônibus ou transfer (qual agência)?

    • Oi, Paula.
      Eu retornei com um passeio. Infelizmente não me recordo o nome da empresa.
      Abs,
      Marcelle

  • Oi eu fui para Belem e amei muiiito a cidade, fiquei próximo as docas em um hostel, fui a pé no mangal das garças e foi tudo muito tranquilo, fui a feira do ver o peso até no periodo da noite, (funciona 24h ) e foi tudo bem, tudo a pé, mas a atenção tem que ser grande porque é uma cidade grande, igual as outras, fui até em um show de carimbó em uma praça a pé a noite ( claro que é tenso, e sem nada nas mãos com muita atenção, mas tudo deu certo), fui inclusive no começo da madrugada ao porto que chega os barcos com açai, sempre tinha alguém na rua, mas retorno a dizer que era sem nada nas mãos e com atenção redobra. Fui durante o dia a ilha de cotijuba e foi tudo perfeito, a atenção e educação do pessoal de lá era muito grande retornei a noite, são 3 transportes para chegar e voltar de lá, são eles motorret, barco e ônibus e mais uma vez foi um sucesso, Quero muiiito voltar lá para visitar o algodoal e dançar carimbó e conhecer o búfalo que toma sorvete e é mansinho. Mas vale lembrar que lá é uma cidade grande com problemas como todas as outras