O que fazer em Inhotim, quais as melhores atrações e roteiro pronto!

Pense num lugar cheio de obras de arte a céu aberto, rodeadas de jardins incríveis e lagos. Imagine artistas modernos, contestadores, ousados, que se expressam por meio da fotografia, escultura, pintura e exposições inusitadas (algumas, eu diria, até meio malucas). Pense num lugar que respira arte e natureza. Esse lugar é Inhotim, um centro cultural super diferente na cidade de Brumadinho, a cerca de 60 km de distância de Belo Horizonte (MG). Tem muito o que fazer em Inhotim, como você vai entender daqui para a frente.

Em primeiro lugar, eu nunca fui uma louca por arte. Mas gosto de aprender, de apreciar coisas diferentes, especialmente instalações que me façam pensar e interagir. Além disso, sou completamente vidrada em natureza, mato, verde. Por isso, quando li a primeira vez sobre como é um passeio em Inhotim, e vi as fotos incríveis de lá, eu tinha que visitar. Fui e adorei. Então, recomendo que você faça o mesmo! Veja o índice do post:

Como visitar Inhotim: 1 ou 2 dias?
O que ver em Inhotim
Roteiro em Inhotim
Onde comer em Inhotim
Como chegar a Inhotim
Valor do ingresso para Inhotim
Horário de funcionamento
Onde ficar em Inhotim
O que fazer em Belo Horizonte

Como visitar Inhotim: 1 ou 2 dias?

O museu é gigante: são nada menos que 45 hectares (ou 450.000 metros quadrados). Consenso entre blogueiros e guias de viagem é que mesmo leigos precisam de 2 dias para conhecer bem o lugar. Todos os relatos que li de pessoas que visitaram em apenas 1 dia diziam que o passeio tinha sido bem corrido e que elas tiveram que gastar mais para poder pegar o transporte interno (o que não é necessário quando se tem 2 dias lá).

Além disso, essas pessoas contam que tiveram que pesquisar previamente e escolher muuiiito para decidir o que fazer em Inhotim. Ora, mas se a graça de um museu inusitado é justamente poder se surpreender com o lugar, quando você pesquisa demais antes, boa parte do impacto se perde.

Por isso, reservei 2 dias inteiros para o museu, e foi ótimo. Eu e minha irmã tivemos tempo para tirar mil fotos, brincar entre as instalações, almoçar com calma, caminhar. No final do último dia, até deitamos na grama pra descansar. Enfim, uma delícia!

O que fazer em Inhotim

Agora, as dicas práticas. Inhotim é dividido em 3 circuitos: rosa, amarelo e laranja. Você recebe um mapa quando passa na roleta (confira abaixo) e pode conferir tudo o que fazer em Inhotim.

O ingresso dá direito a conhecer obras de todos os circuitos na ordem que o visitante quiser e não é preciso esperar para entrar em uma atração específica. São mais de 20 obras de arte espalhadas no meio dos jardins e 22 galerias (com dezenas de peças em cada uma delas). Ah, e elas mudam ao longo do ano, pois há algumas que ficam em Inhotim apenas temporariamente.

Nós conhecemos TODAS as obras de arte do Inhotim que estavam abertas ao público (algumas áreas estavam em manutenção). Abaixo vou dizer quais foram as nossas preferidas de acordo com a ordem em que as vimos, ok? Não vou explicar o que elas significam aqui, porque todas essas informações você terá lá, já que há plaquinhas indicando os significados das obras e as intenções dos artistas. Por fim, eu explico o meu roteiro resumidamente, caso você queira se inspirar ao definir o que fazer em Inhotim.

Mapa de Inhotim

Abaixo, você pode dar uma olhada para entender melhor como é o mapa de Inhotim. Para os detalhes, acesse o site do museu.

Mapa de Inhotim. Foto: Reprodução

Circuito Rosa

Entre tudo o que há fazer em Inhotim, nossas atrações preferidas nessa parte foram:

  • O lago

O lago do Circuito Rosa do Inhotim, com obra de arte ao fundo. Foto: Marcelle Ribeiro.

  • As esculturas de Edgard de Souza (no mapa de Inhotim é o A16).

Esculturas de Edgard de Souza em Inhotim. Foto: Marcelle Ribeiro.

  • A exposição de fotos do Pelourinho e do deserto do Miguel Branco, na galeria que leva o nome dele (no mapa de Inhotim é o G16).
  • A instalação em que você escuta o som da terra, na galeria de Doug Aitken (no mapa de Inhotim é o G10), em um prédio que mais parece uma espaçonave.

Som da terra na galeria de Doug Aitken, em Inhotim. Foto: Marcelle Ribeiro.

  • A instalação com um trator e uma árvore branca dentro de uma “oca” de vidro no meio do mato, na Galeria Matthew Barney (no mapa de Inhotim é o G12).

 

Galeria Matthew Barney, em Inhotim. Foto: Marcelle Ribeiro.

Circuito Amarelo

Há muito o que fazer em Inhotim, mas, no Circuito Amarelo, nossos pontos favoritos foram:

  • O lago que fica no circuito amarelo, perto da parte alta do circuito rosa e das galerias G1 (Mata) e G2 (True Rouge).
  • A instalação sonora com coral arrepiante e de fazer chorar na Galeria Praça (no mapa é o G3).

Jardins e lago do circuito amarelo de Inhotim. Foto: Marcelle Ribeiro.

Circuito Laranja

Por fim, amamos as obras do Circuito Laranja. Sem dúvida, não podem ficar de fora quando você decidir o que fazer em Inhotim. Nossas preferidas:

  • Galeria Lygia Pape (no mapa de Inhotim é o G20).
  • Galeria Adriana Varejão (no mapa de Inhotim é o G7).
  • Lago do circuito Laranja.

Lago do circuito laranja, no Inhotim. Foto: Marcelle Ribeiro.

  • A Galeria Valeska Soares (é o G14), em que você brinca de dançar.
  • A obra de Olafur Eliasson (é o A 13), que é um caleidoscópio de espelhos que giram e permitem você ver a mata de uma maneira super diferente.

O caleidoscópio de espelhos de Olafur Eliasson. Foto: Marcelle Ribeiro.

  • A instalação sonora arrepiante do Galpão Cardiff e Miller, que relata um assassinato (é o G11).
  • O galpão Marilá Dardot, em que todo mundo brinca de plantar sementes nos tijolos em formato de letras e depois monta palavras (é o G17 no mapa de Inhotim).

Brincando de plantar no galpão Marilá Dardot, em Inhotim.

  • A Galeria Cosmococa, que é toda escura, em que você é obrigado a tirar os sapatos, pode se molhar em piscinas, deitar em redes, dormir em colchonetes e todo tipo de maluquice para interagir com a instalação (no mapa de Inhotim é o G15).
  • Os fuscas lindos e coloridos de Jarbas Lopes (é o A6 no mapa de Inhotim).

Os fuscas coloridos de Inhotim. Foto: Marcelle Ribeiro.

Roteiro Inhotim

Pode não parecer fácil organizar o que fazer em Inhotim em um roteiro, então vou dividir meu planejamento para exemplificar. Inicialmente, eu havia pensado em fazer o circuito rosa e amarelo em um dia e deixar o laranja para outro. Mas percebemos que para facilitar a logística do almoço, era mais fácil fazer o circuito rosa (onde há o restaurante com melhor custo benefício, o Oiticica) e parte do circuito amarelo em um dia e, no outro, o circuito laranja e a outra parte do circuito amarelo.

Então, ficou assim:

  • Primeiro dia: Chegamos ao Inhotim por volta da 11h de um sábado, meio de feriadão (o museu abre às 9h30), ficamos cerca de 40 minutos na fila para comprar o nosso passe de 2 dias. Nesse dia, conhecemos o Circuito Rosa, almoçamos no restaurante Oiticica  e visitamos parte do Circuito Amarelo.
  • No nosso segundo dia, chegamos às 9h15, pouco depois do museu abrir, para garantir que ia dar tempo de ver tudo. Deu, e ainda sobrou (tanto que cochilamos uns 30 minutos na beira de um dos lagos e ainda fomos embora cerca de 1h antes do museu fechar). Foi o nosso dia preferido, porque AMAMOS as obras do circuito Laranja. Elas são bem interativas, muito loucas (rsrsrs) e te fazem pensar. Além disso, visitamos o restante do Circuito Amarelo. Aliás, o almoço foi no restaurante Tamboril.

Onde comer em Inhotim

Agora que você já tem uma ideia sobre o que fazer em Inhotim, é importante saber onde comer entre uma obra e outra.

Em primeiro lugar, você precisa saber que só há 3 restaurantes com comida “de verdade” em Inhotim, apesar de haver lanchonetes espalhadas pelo centro cultural. Um dos restaurantes fica no circuito rosa, perto da entrada do museu e os outros 2 no circuito amarelo.

No primeiro dia, como contei acima, almoçamos no restaurante com melhor custo benefício, o Restaurante Oiticica. É um quilo gostoso, diversificado e lindo, que cobrava R$ 52,90 por quilo na nossa viagem, em 2015.

No segundo dia, comi por volta das 13h30 no restaurante Tamboril, que fica no meio do circuito Amarelo. Eu já sabia que eles só trabalhavam no esquema buffet liberado e que cobravam caro pelo buffet (se não me engano uns R$ 80 a R$ 90 por pessoa, em 2015), mas não achei que a comida vale o investimento. É bem gostosa e variada, mas não justifica o preço. O melhor, nesse dia, teria sido comer um sanduba na lanchonete ali perto e deixar para jantar à noite (já que o restaurante a quilo do Inhotim, o Oiticica, fica longe dali).

Além disso, ao lado do Tamboril tem outro restaurante, o Bar do Ganso, que no dia em que fomos estava servindo apenas exatamente a mesma comida do Tamboril, com o mesmo esquema e preço de buffet, mas apenas num ambiente decorado de outra forma.

Ah, não é permitido fazer piquenique no Inhotim, mas você pode levar água, biscoitos e frutas e comer à beira do lago ou caminhando, que ninguém te incomodará.

Como chegar a Inhotim

Não menos importantes do que as dicas sobre o que fazer em Inhotim são as de como chegar. Antes de mais nada, saiba que o endereço de lá é Rua B, 20, Inhotim, Brumadinho (MG). Tem como ir a Inhotim de ônibus inclusive.

De transfer

A empresa Saritur tem ônibus executivo que sai da rodoviária de Belo Horizonte e vai direto ao estacionamento do Inhotim. A ida e volta saem por R$ 86,60. Só há um horário: partida de BH às 8h15 e chegada em Inhotim às 10h. No retorno, você sai do Inhotim às 16h30 (às sextas) e 17h30 (demais dias).

Já o transfer da empresa Belvitur sai do Hotel Tryp By Wyndham (Rua Gonçalves Dias, 30 – Bairro: Funcionários, em Belo Horizonte) até Inhotim. A ida e volta saem por R$ 75 por passageiro.

Os preços são de 2020.

De carro

E como ir a Inhotim de carro? Esse foi o meio de transporte que escolhemos. Alugamos um carro no aeroporto de Belo Horizonte, pois, na ponta do lápis, considerando outros deslocamentos que íamos fazer em Minas nos 3 dias de feriado (como ida e volta pro aeroporto, passeio em BH, ida a bares e os trechos até Inhotim) acabou ficando mais barato.

Ou seja, o ônibus compensaria se eu estivesse sozinha ou se a gente não estivesse a fim de dirigir. Aliás, para alugar carro eu sempre uso e recomendo a Rentcars.

Para percorrer os cerca de 63km do nosso albergue num bairro central de BH a Inhotim levamos cerca de 1h30, pois apesar de usarmos aplicativos, Google Maps e mapa impresso e de termos estudado os trajetos previamente, nos perdemos em alguns momentos. A região metropolitana de BH tem muitos elevados e viadutos e um erro te obriga a fazer um retorno meio distante e parar para se achar. Na volta, o Waze nos levou por dentro de uma favela de Contagem! Não minto, o retorno do centro cultural a BH foi meio tenso.

O Ricardo Freire, do blog Viaje na Viagem, fez um ótimo post com detalhes de como chegar a Inhotim, não apenas de BH mas também do aeroporto de Confins e de outras cidades mineiras.

Valor do ingresso para Inhotim

O passe diário custa R$ 44.  Idosos acima de 60 anos, crianças de 6 a 12 anos, pessoas com deficiência (e seus acompanhantes) e professores pagam meia-entrada. Crianças de até 5 anos não pagam. Além disso, a entrada é gratuita na última sexta-feira de cada mês, exceto feriado.

Quando fui, para evitar ter que pagar a taxa de conveniência do site, nós preferimos comprar os nossos passaportes de 2 dias na bilheteria. Porém, agora não há mais essa cobrança extra, então vale a pena comprar online.

O museu diz que não há risco de os ingressos se esgotarem porque a área é gigantesca. Mesmo em feriados não fica cheio.

Para chegar a algumas obras você terá que subir algumas ladeiras e, quem quer poupar as pernas pode comprar na bilheteria passes diários para usar o transporte interno. Basicamente, são carrinhos tipo “de golfe”, com motorista, e estão disponíveis para fazer alguns trajetos do museu (não dá para andar pelo museu todo). O preço atual é de R$ 30 (por pessoa/por dia). Às vezes é preciso esperar um pouco para o carrinho passar e nem sempre ele terá lugares disponíveis. Não usei o serviço, preferi caminhar.

Todos esses preços são de 2020.

Horário de funcionamento

Sexta-feira: 9h30 às 16h30. Sábado, domingo e feriado: 9h30 às 17h30.

Onde ficar em Inhotim

Há muito o que fazer em Inhotim, como eu contei neste post. Por outro lado, Brumadinho, a cidade em que Inhotim fica, não tem muitas atrações turísticas. Ou seja, depois da visita você não terá muito o que fazer à noite, nem muitos locais bacanas para jantar. Por isso, eu recomendo ficar em Belo Horizonte mesmo, a capital dos bares.

Ainda assim, caso você prefira ficar mais perto e queira saber onde se hospedar em Brumadinho, há algumas alternativas interessantes. O Ville de Montagne Hotel é bem recomendado no Booking, com nota 8, pelas instalações, atendimento e o restaurante. A diária para casal custa cerca de R$ 280.

Outra dica de onde se hospedar em Inhotim é o Hotel Fazenda Horizonte Belo, que também é bem avaliado, com nota 8,8 e diárias a partir de R$ 545 para duas pessoas. Há restaurante, bar, duas piscinas e café da manhã elogiado.

A Mi Manera Bistro Pousada e Cervejaria Artesanal fica a 29 Km de Inhotim, com nota 9,2 no Booking. As diárias nos quartos duplos custam cerca de R$ 350.

O que fazer em Belo Horizonte

A capital mineira é outro destino maravilhoso para conciliar com sua visita a Inhotim. Os museus, a Lagoa da Pampulha e os deliciosos bares podem ser conhecidos em um ou dois dias. Veja o que fazer em Belo Horizonte.

O que fazer em Inhotim – Conclusão

Em conclusão, há muito o que fazer em Inhotim, mesmo para quem não entende muito de arte. Os espaços são lindos, as obras são interativas e esse é um passeio perfeito para diversos estilos de viajantes.

E você, tem mais dicas de Inhotim? Escreva nos comentários!

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Marcelle Ribeiro: Jornalista, baiana, mas há mais de 20 anos moradora do Rio de Janeiro. Nos seus 40 anos de vida, já viajou sozinha e acompanhada. Casada, tutora do cão mais fofo do mundo e viciada em pesquisar novos destinos.

Veja os comentários. (3)

  • Excelente página!!
    Eu e minha esposa estamos querendo ir a Inhotim, mas não sabemos muito sobre o lugar. Nos ajudou muito.