Huilo Huilo: O que fazer, como chegar e onde ficar (Chile)

Salto Huilo Huilo, no Chile. Foto: Marcelle Ribeiro

Declarada Reserva da Biosfera pela Unesco, Huilo Huilo é uma bela sugestão de passeio bate-volta a partir da cidade de Pucón, no Chile. Eu estive lá no verão de 2018 e recomendo pelo conjunto de atrações que vimos ao longo do dia: nada menos que 3 lagos lindos, vulcões, cachoeiras e animais, ao longo de todo o percurso. Nesse post eu vou te dar todas as dicas dessa reserva. Se preferir, use o índice abaixo.

Como ir
Como é o passeio
Quando ir
Onde ficar

Vulcão visto do lago Calafquén, em Lican Ray. Foto: Marcelle Ribeiro

Como ir a Huilo Huilo

Os aeroportos mais próximos são os de Temuco (147 Km, 2h de carro), Valdivia (87 Km, 1h15 de carro) e Puerto Montt (251 km, 3h de carro). Porém, eu conheci através de um tour de dia inteiro saindo de Pucón, que fica  a 130 Km de distância.

Você também pode reservar um tour à reserva de Huilo Huilo bem semelhante, com retirada no hotel, ingressos e guia, passando pelos 3 lagos principais, os rios, cascatas e animais da reserva e um museu. Tudo isso por 75 mil pesos (US$ 94 ou R$ 492/ Abril 2023).

Como é o passeio a Huilo Huilo no verão

Antes de descrever meu passeio, vale dizer que as atrações da reserva estão espalhadas. Por isso, dependendo do que você quer ver, tem que ir até vários portões diferentes. Também reforço que o nosso tour incluiu visitas a pontos turísticos fora da reserva.

O caminho até a reserva

O nosso tour começou por volta das 8h, quando saímos de Pucón pelas estradas boas e asfaltadas. Cerca de 1h depois, a primeira parada: um mirante no no Lago Calafquén (cidade de Lican Ray). Tiramos um montão de fotos nos 30 minutos em que ficamos por lá. Além disso, ainda provamos um lanche tipicamente chileno no café do mirante: sopaipilla, um pão frito acompanhado de pimenta ou geleia de framboesa.

Lago Calafquén, em Lican Ray. Imagem: Marcelle Ribeiro.

Depois de mais um tempinho de carro, paramos por 5 minutinhos para fotos na igrejinha San Sebastian, na cidade de Panguipulli. Em seguida, ficamos mais uns 15 minutos no mirante do lago Panguipulli, onde pudemos ver o vulcão de Choshuenco.

Igreja San Sebastián, em Panguipulli. Foto: Marcelle Ribeiro

Mirante no Lago Panguipulli. Imagem: Ticianne Ribeiro

Cachoeira alta

Na sequência, chegamos à Reserva Huilo Huilo, estacionamos e fomos direto fazer a trilha do Salto Huilo Huilo, uma cachoeira de 40 metros de altura. A trilha é tranquila, com algumas escadas. Levamos 45 minutos para ir e voltar até a cachoeira no total, com direito a muitas fotos.

Como eu não vi ninguém tomando banho na cachoeira mesmo sendo verão, acredito que não seja permitido.

Achei a cachoeira linda, mas confesso que esperava mais da mata da trilha que leva até ela. Por isso, não foi um passeio “mágico” como eu esperava, apesar de ter sido legal. A entrada para fazer a trilha para o Salto Huilo Huilo custa 5.500 mil pesos chilenos (o equivalente a R$ 35 ou a US$ 7, abril/23).

Salto Huilo Huilo, no Chile. Foto: Marcelle Ribeiro

Hotéis diferentões decepcionaram

Na sequência, demos uma rápida passada para ver uma das atrações que eu mais esperava, mas que me decepcionou: dois hotéis carésimos que ficam dentro da reserva de Huilo Huilo, e que são super diferentes.

O primeiro se chama Nothofagus, e tem o formato de uma árvore. Esse a gente nem conseguiu ver nada, porque, para preservar a privacidade dos hóspedes, foi construído um muro de madeira em volta dele. Por isso, quem não se hospeda lá só pode ver uma micro pontinha do hotel pelo muro, quando passa pela estrada.

O segundo hotel se chama Montanha Mágica e tem o formato de um vulcão, com água saindo do topo como se fosse “lava”. Contudo, com a água foram nascendo muitas plantas na estrutura externa do hotel. Por isso, quando estive lá ele nem se parecia mais com um vulcão, mas sim uma montanha disforme de plantas. O hotel permite que não hóspedes cheguem perto dele, mas cobra um valor por isso. Porém, não vale a pena.

Hotel Montanha Mágica, em Huilo Huilo. Imagem: Marcelle Ribeiro

Almoço com o melhor salmão da viagem

De pois de vermos a Montanha Mágica fomos comer o melhor salmão que provamos em 1 semana no Chile, no restaurante Puerto Fuy, na praia de mesmo nome, que fica próxima a Huilo Huilo. O restaurante é simples e fica em frente ao lago Pirihueico. Porém, a comida é simplesmente divina! O salmão individual dá para 2 ou 3 pessoas comerem, com toda a certeza.

Eu pedi o “a la plancha”, que é grelhado, super temperadinho, salgadinho e saboroso. Você pode escolher 1 acompanhamento e eu fui de purê de batatas. Além disso, de entrada ainda comemos uma super salada e uma sopinha da casa muito boa. Com uma taça de vinho, não podia ser mais perfeito!

Restaurante Puerto Fuy. Foto: Marcelle Ribeiro

Restaurante Puerto Fuy. Imagem: Marcelle Ribeiro

Restaurante Puerto Fuy. Foto: Marcelle Ribeiro

Banho no lago

Depois de comer, fomos dar uma descansada no lago Pirihueico, onde matamos a nossa vontade de fazer um pouco do que os chilenos fazem no verão: encarar uma água geladinha de lago, como se fosse uma praia!

Os chilenos usam muitos lagos dessa região como se fossem praias, com direito a cadeirinha na areia (que é preta, porque é vulcânica), caiaques e até quitutes. A água é gelada, um pouco mais do que a das praias do Rio de Janeiro, mesmo com o sol que estava fazendo.

Apesar da água gelada, foi uma experiência muito gostosa tomar banho no lago e depois dar uma cochilada na areia após o almoço. Por isso, recomendo que você leve roupa de banho, canga, toalha e chinelo para aproveitar. Nesta parte do lago tem até banheiro organizadinho, então é bem sossegado.

Lago Pirihueico, na cidade de Puerto Fuy. Imagem: Marcelle Ribeiro.

Animais e museu

Depois desse descanso fomos para a nossa última parada do tour. Entramos novamente na Reserva Huilo Huilo, mas em outro portão, para conhecer as fazendas de javalis e de veados e o Museu do Vulcões, que ficam na mesma área. Estacionamos e conhecemos tudo a pé. Não achei graça na fazenda de javalis, onde os bichos ficam lá na lama. Lá eles são criados para serem servidos nos restaurantes.

Fazenda de javalis, em Huilo Huilo. Foto: Marcelle Ribeiro.

A área dos veados tinha muitos desses bichos em um espaço bem grande e cercado.

Na sequência visitamos o Museu dos Vulcões, que adorei. Apesar de ser pequeno (você vê em 20 a 30 minutos), ele tem coisas bem bacanas, como uma réplica da cápsula de mineração usadas pelos mineiros chilenos que ficaram presos em uma mina em 2010.

Além disso, há várias pedras preciosas e semipreciosas. O ingresso para as fazendas de  javali, dos veados e o museu é um só e custa 5 mil pesos (o equivalente a R$ 31 ou a US$ 6, abril/23).

Museu dos Vulcões, em Huilo Huilo. Imagem: Marcelle Ribeiro.

Museu dos Vulcões, em Huilo Huilo. Crédito: Marcelle Ribeiro.

A volta

Em seguida, voltamos de carro direto para Pucón, numa viagem tranquila, de 2h. Na época, para fazer todo esse passeio não tivemos que pagar pedágio na estrada nenhuma vez. E apesar de ser verão, época de altíssima estação, não pegamos engarrafamento.

Como era verão, e o sol só ia se pôr às 21h, ainda deu tempo de a gente, chegando em Pucón, ir ver o dia acabar na base do vulcão Villarica, que fica bem pertinho da cidade, a 20km de distância. A estrada para lá é de terra, com muitas pedrinhas pequenas, mas dá para ir de carro 1.o. Não se paga nada para ir até a base.

Na base do vulcão Villarica, em Pucón. Foto: Ticianne Ribeiro.

Huilo Huilo: Quando ir

Há muito o que fazer em Huilo Huilo em toda época do ano. No verão, entre dezembro e fevereiro, o clima é mais seco. Por isso, você pode fazer outras atividades além das que eu fiz, como passeios de lancha, rapel em cachoeira, pesca, caiaque e rafting. O mês com dias mais claros, quentes e sem chuva é Janeiro.

Já o inverno dura de Maio a Agosto, tendo Julho como mês mais frio. É também a época mais chuvosa, principalmente em Junho. Nesse período, você pode procurar opções de lazer com neve na reserva, como esqui e outros esportes (explico mais abaixo sobre eles).

No resto do ano, o clima é mais ameno, podendo variar. Dessa forma, vale conferir as temperaturas e a probabilidade de chuva no período de sua viagem. Contudo, você pode visitar a reserva para conhecer não só as atrações já citadas, mas também muitas outras, como cavalgadas, passeios de bicicleta e trilhas. Para saber todos os preços, duração, e descrição, recomendo mandar um e-mail para a reserva.

Esportes no lago em passeio para Huilo Huilo. Imagem: Marcelle Ribeiro

O que fazer em Huilo Huilo no inverno

Huilo Huilo também tem uma estação de esqui e esportes de neve. Outra atividade interessante é o tour pela floresta na neve, em que você caminhará pela floresta de Lengas, andará de trenó nas encostas de vulcões e pode até tomar chocolate quente em uma fogueira. Eles também oferecem um passeio em um veículo próprio para neve até um mirante próximo ao vulcão para assistir o pôr do sol com queijos e vinhos preparados pelos guias.

Glaciar de Huilo Huilo. Foto: Marcelle Ribeiro.

Onde ficar em Huilo Huilo

Aqui vão algumas dicas de hotéis dentro da reserva de Huilo Huilo:

Porém, se você não tem grana para se hospedar nos hotéis dentro da reserva de Huilo Huilo, pode procurar casas para alugar nas cidades vizinhas, como Puerto Fuy e Neltume. Além disso, optando por dormir na região, você pode combinar a sua visita a Huilo Huilo com a ida para as termas mais famosas da região, as Termas Geométricas, que ficam a 50km da reserva.

*O Viciada em Viajar conheceu Huilo Huilo com o apoio do Serviço Nacional de Turismo do Chile.

Leia mais:

Marcelle Ribeiro: Jornalista, baiana, mas há mais de 20 anos moradora do Rio de Janeiro. Nos seus 40 anos de vida, já viajou sozinha e acompanhada. Casada, tutora do cão mais fofo do mundo e viciada em pesquisar novos destinos.